terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Memórias da avenida 1

São 35 anos circulando pela avenida Analice Sakatauskas. Nesse percurso de décadas eu colecionei muitas memórias. O texto de apresentação pincelou nuances dessa chegada e permanência. Dentro desse percurso muitos estabelecimentos conheci, vi nascer, desaparecer e mudar. Tem alguns locais que os antigos, como são chamados os que por aqui estão desde sempre, ou como se diz na minha terra: “desde que eu me conheço por gente”, sempre usaram como referência para indicar a localização, que hoje se passa em instantes pelo zap.

Um deles é a esquina da Analice com a Rua José Cid Stella, na altura 867, onde está sendo erguido o segundo prédio da avenida. É também o cruzamento com a Rua João Hoffman, e o início ou final da feira de domingo, dependendo do seu trajeto. No meu caso, é onde sempre começa, pela banca do caldo de cana. Neste local do futuro Helbor New Patteo Osasco, já passaram duas concessionárias. A Fiat Udivel, onde nossa família comprou o primeiro e único automóvel zero. Depois veio a passagem da Itavox, da Volkswagen.

Citei referência de lugar no primeiro parágrafo porque muitas vezes ouvi e disse: Travessa da Analice, na esquina da Fiat Udivel. Ou quando mudou a marca: moro perto da Concessionária Itavox. Logo adiante falarão: moro no Helbor na esquina da Analice. Pela grandeza da construção, que já faz sombra na calçada oposta, o prédio se tornará um ponto forte da localização, tanto da Analice como da Hirant Sanazar, a avenida irmã lateral. A futura morada Helbor, também abrigará um Mall no térreo. Um centro comercial que atenderá os moradores dos apartamentos e também do bairro.

“É a avenida crescendo.” Ouvi recentemente. O desenvolvimento segue no ritmo turbo. Voltando para a localização, apesar da tecnologia ser altamente favorável, ainda tenho clientes que preferem o jeito antigo, como eles mesmos falam. Anotam o endereço informado ao telefone ou, mesmo quando pedem pelo WhatsApp, solicitam por escrito e pedem uma explicação de como chegar. Um deles, durante o atendimento presencial, cuja conversa também girou em torno das diferenças do ontem e hoje, enveredando sobre os valores que devem permanecer, fez um comentário que vale refletir:

“não sou contra tecnologia, ela é fundamental atualmente. A forma como utilizamos é que faz diferença. Tem empresas e pessoas tão robotizadas, centradas no sistema, que esquecem que lidam com pessoas. E isso vai aborrecendo e estragando as relações.” Sua fala me fez lembrar de outra colocação de um motorista do Uber sobre o aplicativo de mapas: “ficamos tão ligados nessa tela que não visualizamos mais a beleza e detalhes das vias que circulamos. Olha como esse canteiro central é bonito.” Ele falava das muitas árvores que margeiam o córrego Bussocaba na Hirant Sanazar.

Concluo esse texto 1 de memórias da avenida, refletindo sobre as referências dos lugares que andamos e de como essa perda de visão da janela, quando estamos sintonizados apenas na tela do celular dentro do carro, nos faz perder essa leitura dos cenários das ruas e avenidas das cidades que moramos ou visitamos. Isso também vale para quando caminhamos, eu ainda conservo o hábito de andar contemplando. E se alguma cena capta meu olhar, tiro o celular da bolsa e registro, como na imagem que ilustra essa postagem. E você, quais referências do seu caminho anda memorizando?

Eu sou, Ivone, também Maria, do tempo da Udivel, da Itavox e de outros ícones tradicionais da Analice Sakatauskas. O ciclo da mudança é perene na teia do tempo e é nele que temos espaço para seguir colecionando memórias. Até o próximo relato.

esquina dos meus passos em OZ

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Passos de OZ

Aos 14 anos, desembarquei na Rodoviária do Tietê. Depois de 15 dias em São Paulo, viemos para Osasco. Já se passaram 35 anos desde que nossa família foi abrigada na casa de um tio, na viela entre a Rua João Hoffman e Luís de Souza, travessas da Avenida Analice Sakatauskas. A cidade nos acolheu, uma família de migrantes nordestinos como tantas outras que aqui se fixaram. No Bela Vista nossa família fincou raízes.

Osasco é também chão de tantos outros imigrantes como os italianos que fundaram a vila de outrora, os armênios, portugueses, japoneses, lituanos e outros que seguem nessa teia do tempo que mescla passado, presente e futuro. Aqui plantamos as sementes que seguem gerando frutos nas conexões da minha trajetória. Sempre digo que sou do Sertão e de Osasco, nesse entrelaçar de memórias afetivas dos laços que aqui nasceram e seguem florescendo.

Quando me indagavam onde eu morava e eu respondia Osasco, lembro das muitas vezes que ouvi: “Nossa! Osasco é feia e perigosa”, “Não tem nada em Osasco”, “Que lugar ruim de morar”, além de outras colocações que não merecem ser citadas. Eu me limitava a responder que gostava da cidade. A facilidade de acesso para São Paulo foi e segue sendo uma vantagem. Eu descia do trem, vindo da capital onde trabalhava, cruzava o calçadão da Antonio Agú ou subia a Primitiva Vianco, muitas vezes parava para rezar na igreja Matriz e seguia caminhando pela Avenida Santo Antônio ou outras ruas para chegar no Bela Vista. Sempre mudava o percurso para ir apreciando as ruas ...sigo nesse roteiro de afeto por OZ.

Tenho orgulho de pertencer a Osasco. Ao longo dessas décadas observei a cidade crescer. A localidade dormitório e industrial foi passando por gerações e mudanças. Hoje é um polo comercial que oferece variados produtos e serviços, conta com grandes empresas da área de tecnologia e outros segmentos que impulsionam uma das economias de destaque do estado e do país. Osasco se consolidou como um município com potencial turbo.

Recebo clientes que visitaram OZ há muito tempo e ao retornar à cidade se surpreendem com o desenvolvimento que aqui encontram. Claro que, assim como outras cidades da região metropolitana, temos muitos desafios pela frente em áreas como segurança, meio ambiente, educação, saúde e diferentes contextos. Há espaço para avançar e oferecer cada vez mais oportunidades para melhoria contínua da qualidade de vida. Prestes a comemorar seus 62 anos de emancipação, Osasco tem muita história para ser conhecida e valorizada, muitas conquistas para celebrar e um horizonte para evoluir.

Aqui eu cresci, tenho amigos memoráveis, casei e tive minhas três gestações. Durante uma delas, nasceu também a empresa que segue trilhando o caminho empreendedor. No 1004 da Analice Sakatauskas, a avenida do meu pré-natal, está localizada a empresa que constituímos, no bairro que tem Bela Vista como nome, na cidade que segue acolhendo meus passos e sonhos.


Te amo, Osasco. Ivone Maria, uma personagem de OZ.

O projeto

Um projeto com a missão de mapear, indicar e conectar os comércios, empresas, profissionais e serviços localizados na Avenida Sakatauskas. O propósito é valorizar e aproximar os empreendedores do bairro para potencializar nossos negócios.

A Avenida Analice é pequena e grandiosa. Conhecer os comerciantes, empresários e personagens presentes no cotidiano da avenida e do bairro é uma oportunidade para ampliar nossa rede de contatos e descobrir muitas histórias enriquecedoras.

O Conecta Analice tem a proposta de criar um movimento colaborativo e fortalecer o empreendedorismo e participação da comunidade. Te convido a participar. Envie sua sugestão, colaboração e dúvidas para o e-mail analiceconecta@gmail.com